Na presidência da União Europeia, José Sócrates faz um balanço do trabalho do governo português para ultrapassar uma crise que se arrasta há anos. E as conclusões não são muito pessimistas, mas há ainda muito trabalho pela frente. "Há que mudar e rápido, sobretudo em alguns sectores, para encontrar o nosso lugar na economia global. Devemos ser abertos e dinâmicos", diz José Sócrates ao El País.
"Os países nórdicos são uma inspiração", confessa o primeiro-ministro. "Temos dimensão média, podemos ser um país moderno, competitivo, bem educado e com protecção social." E apesar de muitas medidas contestadas, José Sócrates acredita que tem posto "o Estado ao serviço dos que têm mais necessidades".
Há quem destaque o rigor económico do governo para atacar um deficit que em 2005 era de 6,83% e agora de 3,8%. Mas as mudanças estruturais na segurança social, na educação, na função pública e noutros sectores não são do agrado de todos. Mesmo assim, em Março de 2007 a popularidade de José Sócrates era a mais alta jamais alcançada por um primeiro-ministro luso.
Mas a insatisfação no país tem levado muitos portugueses a procurar uma vida melhor no estrangeiro: cerca de 5 milhões de pessoas foram para fora. Contudo, este é um bom sinal para o primeiro-ministro. A emigração "é um valor, uma riqueza para Portugal, como foi na Irlanda e na Itália", defende José Sócrates. "Nós gostamos da diversidade cultural, somos um país muito aberto."