foradelinha    Reportagens 07  
     Revista das cadeiras do atelier de jornalismo e cyberjornalismo da FCSH-UNL  EMAIL    
    secções  |  login  |   pesquisa  |  atelier jornalismo <  
 
     
      Dois anos e meio de Governação Sócrates


 

O Primeiro-Ministro, José Sócrates
  Foi o primeiro a conseguir a maioria absoluta para o Partido Socialista (PS). Em Março do ano passado, conquistou o maior nível de popularidade alguma vez atingido por um primeiro ministro e foi o responsavel pelo Tratado de Lisboa. Mas nem só o sucesso marcou os dois anos e meio do governo de José Socrates.

“Muita gente confunde firmeza com autoritarismo! Não sou autoritário, nem reservado, nem austero. Escuto os outros e gosto de falar com as pessoas. Mas tenho as minhas convicções. Finalmente, o político está sozinho com a sua vontade; ou a tem ou não a tem. E a vontade vem da convicção. Isso não é arrogância, é firmeza.” É desta forma que Sócrates caracteriza o seu governo e responde à acusação de autoritarismo.

Este não é o único dedo apontado a Sócrates. A 27 de Março de 2007, no mesmo mês em que o índice de popularidade do primeiro-ministro atingiu os 60%, o jornal Público segue a informação da blogosfera sobre as irregularidades na obtenção do diploma de Sócrates, o que suscitou o escândalo da Universidade Independente.

Um seu outro ponto fraco é a má relação com os media, apesar do seu noivado com uma jornalista. Não lê jornais, mas os seus acessores de imprensa mantém-no informado do que dizem e omitem. O “estatuto do jornalista”, a “lei da televisão”, a “lei da competência” e a criação da entidade reguladora da comunicação valeram-lhe a antipatia de Francisco Pinto Balsemão e do Sindicato dos Jornalistas.

Normalmente, o dia de trabalho do primeiro-ministro começa às nove e acaba às oito ou mais tarde, pelo que tenta organizar-se para ver os dois filhos, de 12 e 14 anos. As suas outras paixões são a leitura e o Benfica, tendo acções do clube desde 2003. Não se considera um fanático e prefere ver jogar a selecção.

José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa nasceu a seis de Setembro de 1957 em Vilar de Maçada. O seu pai, Fernando Pinto de Sousa, era arquitecto na Covilhã e descendia de uma família rica de tradição republicana. A mãe, Adelaida de Carvalho Monteiro era professora do ensino secundário e tornou-se mais tarde testemunha de Jehová. Aquando do divórcio dos pais, Sócrates permeneceu na covilhã com o pai. Este tornou-se presidente do PSD e passou-lhe o bichinho da política.

Sócrates ainda foi militante da JSD, mas abandonou-a quando foi estudar para Coimbra, formando-se em engenharia técnica (1980). Quando regressou à Covilhã, inscreveu-se no PS e conheceu António Guterres, seu amigo e mentor. Em 1987 tornou-se deputado. Antes de chegar a primeiro-ministro, foi ainda secretário de Estado adjunto do meio ambiente, adjunto do primeiro-ministro para areas de Juventude, Desporto, Toxicodependencia e Comunicação Social. Em 1999 foi ministro do Ambiente até ao final do governo de Guterres.

Hoje sente que ainda há muito a fazer. “O meu empenho é modernizar o país. E temos confiança” afirma o primeiro-ministro. Quanto a candidatar-se a uma nova legislatura, Sócrates não dá certezas. “Planeio estar até ao final desta legislatura. Depois veremos”.

     
artigos relacionados:

     
mariana monteiro
mari_fm_87@hotmail.com