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      O futuro do Canal Parlamento – Evolução na continuidade


 
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O Fora de Linha quis saber quais as opiniões dos deputados sobre o futuro do Canal Parlamento
 

Em ano de grandes decisões políticas, o Palácio de S. Bento está em obras. A Assembleia adapta-se aos novos tempos, e o Canal que a leva a casa dos portugueses não lhe quer ficar atrás. Vai aumentar o número de salas de Comissão com câmaras e prevê-se que a oferta seja alargada a outros operadores de televisão por cabo. Nos bastidores da casa da democracia, ninguém quer pôr um travão à mudança. Mas o novo figurino do Canal Parlamento suscita a polémica.

Heloísa Apolónia, deputada dos Verdes e membro do Conselho de Direcção do Canal, é clara: «o serviço público que o canal presta» exige uma outra dinâmica. O objectivo é que o Canal Parlamento não se divorcie do seu público. «Esta aproximação dos eleitos aos eleitores, ela é perfeitamente possível das mais diversas formas, assim fossem utilizados os mecanismos que estão disponíveis para tal», afirma.

Opinião idêntica tem Alberto Arons de Carvalho, deputado do PS, para quem Canal Parlamento tem sido «meramente uma câmara de filmar, que está ali, que filma o Plenário». Defende a diversificação de conteúdos, mas com uma ressalva. «Tudo está em saber as prioridades de gastar as verbas disponíveis».

Para o seu colega de bancada parlamentar, António José Seguro, um dos responsáveis do projecto de Reforma da Assembleia aprovado em 2007, trata-se de um «investimento na democracia», mais do que uma mera actualização tecnológica. «É, porventura, onde o dinheiro pode ser bem aplicado: o dar a conhecer aos cidadãos aquilo que se passa nesta casa», sustenta.

O deputado socialista quer um Canal Parlamento adaptado às novas exigências multimédia. Tal como Heloísa Apolónia, elege a interactividade como o caminho a seguir, e não enjeita até as parcerias com os privados. «Não para se transformar numa outra estação de televisão», mas para fazer da televisão da Assembleia um espaço aberto.

Luís Campos Ferreira, deputado do PSD e membro da Comissão de Direcção do Canal, concorda que a ARTV não é um canal de televisão. Mas as semelhanças do argumento ficam por aí. Campos Ferreira, um «bota-de-elástico» auto-assumido, no que toca a um tipo de cobertura que exija critérios editoriais, diz que o principal intuito deve ser o de preservar «o consenso político sobre o Canal». Segundo ele, como à mulher de César, cabe ao Canal Parlamento evitar parecer estar ao serviço de um ideal político, em detrimento de outros. «Seria o fim, porque as forças políticas entravam, no Parlamento, em guerra, e isso castrava, condicionava e, provavelmente, até acabaria com o Canal Parlamento», garante.

Resta saber, por quanto tempo. Manuela de Melo, deputada do PS e membro da Direcção do Canal, deixa o aviso: «Um dia vai ser praticamente impossível manter as emissões tal como elas existem, porque as exigências, de um lado e de outro, serão completamente diferentes.»

     
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Rita Lúcio
rita.lucio4@gmail.com