Tudo pela música As dificuldades com que as bandas de garagem se deparam
Foto: Su Kuang
Kokins em concerto
Da procura de um espaço para ensaiar, à marcação de concertos, passando pelos poucos apoios à cultura. As dificuldades pelas quais as bandas de jovens passam para conseguir levar o seu sonho adiante não são poucas. Pedro Rodrigues, Filipe Caeiro e Eduardo Ganilho, bem como as bandas Lucky Strike Dices, Soapbox e Kokins são o testemunho do longo caminho que há a percorrer para "sair da garagem".
Quando se iniciam, as bandas começam, normalmente, por ensaiar em casa de um dos seus membros. Contudo, mais cedo ou mais tarde, vêem-se na necessidade de encontrar uma garagem ou um estúdio onde as condições de acústica são muito diferentes.
Os Kokins, que começaram por tocar em casa de João Graça, o vocalista, ensaiam actualmente numa garagem que conseguiram a um preço acessível. Nuno Carvalho, o baterista da banda já ensaiava no local com outro projecto. Trata-se de um conjunto de garagens onde ensaiam diversos grupos musicais, entre eles a banda portuguesa de metal Ramp.
Os Lucky Strike Dices optaram por ensaiar num estúdio, depois de terem tocado durante algum tempo numa sala de conferências. “É completamente diferente estares a tocar num sítio com condições de acústica”, explica Maria Barbosa, a baixista.
Num estúdio ensaiam também Eduardo, Pedro e Filipe.
Já os Soapbox tomaram a decisão de ensaiar na casa do vocalista e da baterista da banda.
Chegar aos concertos também se revela uma tarefa complicada para jovens músicos que estão a começar e ainda não têm músicas gravadas.
Nuno Carvalho, baterista dos Kokins, realça que os concursos de bandas, como por exemplo o Super Bock Super Bock Preload, são uma boa catapulta para levar as novos músicos aos palcos.
Contudo, Ricardo Martins, baixista dos Kokins, alerta para a pouca divulgação destes eventos: "Geralmente sabe-se por acaso. O próprio Super Bock Super Rock soubemos quase no fim", refere.
“A grande dificuldade de entrares no mundo da música, de quereres crescer, é que tens de ter muito dinheiro para o conseguir”, afirma Pedro Rodrigues.
É necessário comprar os instrumentos, pagar o aluguer do estúdio e a gravação das músicas.
Eduardo Ganilho alerta para o facto de que "a gravação de trabalhos é bastante cara". Ao mesmo tempo, também os instrumentos exigem grandes gastos. "Os instrumentos são demasiado caros. Eu não tenho bateria para dar um concerto, por exemplo. Se quiser comprar uma bateria não gasto menos de 500 euros", conclui Pedro Rodrigues.