foradelinha    Mercado do Bairro Alto Reportagens 07  
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      Mercado em Lisboa mantém-se com duas bancas
Um café com menos de três meses e uma peixaria antiga são os resistentes


 

A peixaria do mercado
 

O peixe estava encomendado a uma cliente. A cliente demorou-se um pouco. Maria José França pensou que ela não apareceria e vendeu-o a outra freguesa. A primeira cliente voltou e já não tinha o peixe. “Ela perdoa-me”, brinca Maria José.

A verdade é que tal aconteceu porque há confiança para a resolução de erros como este, já que aquela é uma cliente habitual da peixaria inserida no mercado do Bairro Alto, em Lisboa. Um mercado aberto há quarenta e oito anos, no qual a peixaria até já esteve a funcionar sozinha. Maria José França é a responsável pela banca de peixe há cerca de dez anos, mas a mesma tem cerca de quarenta.

Ao longo dos anos, vão-se criando clientes fixos, sendo que os mais regulares são, além dos restaurantes, as pessoas mais velhas do bairro. No entanto, a proprietária garante que também há gente nova que vai à banca comprar peixe. “Mas a malta nova só se for casada”, conta.

Este é um espaço comercial situado no centro do Bairro Alto. Actualmente, apenas estão aí em funcionamento a peixaria de Maria José França e uma pastelaria com poucos meses. À diferença de idades, juntam-se as distintas formas de tratamento de clientes entre uma banca antiga e uma banca recente.

A dona do café, Maria de Fátima Lopes, ainda não teve tempo para fidelizar clientes, já que o estabelecimento abriu apenas a 10 de Novembro. Mas tem tentado conquistá-los, como se vê com o cuidado que mostrou num dos primeiros dias do novo trabalho: serviu a primeira bica do dia; não tinha a certeza de a máquina já estar a funcionar correctamente; avisou que “se estiver frio, não paga”. Mas ressalva que o início não foi só facilidades.

Uma integração que Maria de Fátima Lopes assegura ainda necessitar de mais força, o que a leva a pensar em fazer mais publicidade pelo bairro. Mas, quando tiver alguém no estabelecimento a ajudá-la, pretende aproveitar para investir nos turistas.

Apesar de ainda não ter feito um grande trabalho de divulgação, afirma ter conseguido levar ao café pessoas de todas as faixas etárias, o que acontece também porque trabalha aos fins-de-semana até ao final da tarde, quando os mais novos estão naquela zona.

Quando ser comunicativa traz clientes

Para um maior sucesso na pastelaria, Fátima Lopes aposta na capacidade comunicativa para uma maior facilidade em lidar com os fregueses: “Sinto que comunico bem e que transmito mesmo o que eu quero aqui e o que sou”. Admite, igualmente, que a simplicidade, que afirma ser uma característica sua, tem sido outra razão para ter clientes em maior número.

Da mesma maneira, Maria José França confessa tratar bem quem compra peixe na sua loja e isso é algo essencial para o que considera ser um bom serviço, mesmo quando comete pequenas falhas como a da venda do peixe encomendado, com as quais até se diverte.

     
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Diogo Cavaleiro
diogocavaleiro48@hotmail.com