foradelinha    Liberdade de expressão Reportagens 07  
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      Deputado da Comissão de Ética acusa media de instrumentalização


 

  Na sequência do caso Face Oculta, o deputado da Comissão Parlamentar de Ética da Assembleia da República e professor universitário Marcos Sá afirmou que “os media se deixam instrumentalizar por alguns partidos”, acusando-os de darem notícias sem provas. Carla Baptista, jornalista, aponta a importância de confirmar as informações antes de as publicar.

Marcos Sá declarou que “não há falta de liberdade de imprensa, não há nada! Criam notícias com base em suspeitas, não há confirmação absolutamente nenhuma”, sublinhando que os jornalistas só devem apresentar notícias baseadas em "factos consistentes”. Em conformidade com o deputado, Carla Baptista, professora universitária e jornalista, declarou que “os jornais são partidarizados em função de forças económicas e políticas”.

“Tudo o que tenho lido sobre o tal plano fundamental para controlar a imprensa não passa de uma série de especulações que não são fundamentadas”, adiantou a profissional de jornalismo. Para Carla Baptista, a legitimidade dos jornalistas pode “violar o segredo de justiça e a privacidade das pessoas" quando é feito em nome de um bem maior: informar as pessoas. Contudo, considera que só faz sentido se “se ficasse provado que aquelas eram as declarações exactas e fidedignas”, uma vez que “elas configuram uma matéria que é suficientemente interessante e relevante do ponto de vista público”. “Nestas circunstâncias, não faz sentido. Seria preciso esperar, verificar a informação e só depois publicar”, acrescentou.

Um dos episódios que suscitou hesitações relativamente à liberdade de expressão foi o afastamento de Manuela Moura Guedes do jornal de Sexta da TVI, sendo que a jornalista acusa o primeiro-ministro José Sócrates de difamar a estação e de censura. Para o deputado Marcos Sá, o jornal [de Sexta da TVI] dá notícias "com base em suspeitas não confirmadas. A jornalista Manuela Moura Guedes não se limita a dar a notícia, mas comenta e condiciona o pensamento do público”. Carla Baptista partilha da mesma opinião, considerando que “a informação confunde-se com a opinião e entretenimento” e acrescenta ainda que “há parcialidade nas posições adoptadas pelos jornalistas.”

Por sua vez, a não publicação da crónica de Mário Crespo, na qual o jornalista acusa o primeiro-ministro de o considerar um estorvo em conversa com os ministros dos Assuntos Parlamentares e da Presidência, tem suscitado polémica relativamente à liberdade de informação em Portugal. Há quem fale em censura. Não é o caso de Carla Baptista, uma vez que a jornalista considera que “faz todo o sentido (…) não publicar aquela crónica, visto que ela se referia a uma conversa que o jornalista tinha ouvido em terceira ou quarta mão e que devia ser objecto de uma investigação e não de uma crónica”.

Vanessa Sousa Pimenta

     
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Vanessa Sousa Pimenta
vanessapimenta_23@hotmail.com