“As pessoas só deveriam ter acesso às escutas depois de o processo em tribunal estar concluído, altura em que as escutas deviam ser publicadas na íntegra e não apenas excertos seleccionados e retirados do contexto global.” refere o médico Luís Rodrigues. A psicóloga Teresa Silveira concorda com a não publicação de notícias, mas acrescenta “Se foi no âmbito de uma investigação tiveram com certeza a sua importância para o caso e uma vez resolvido penso que tornar públicas seria se calhar dar azo a "fofoca".”
O processo teve origem com suspeitas de corrupção que envolveram a compra e venda de órgãos de comunicação social. Ao todo estão envolvidas 18 pessoas devido a corrupção, tráfico de influência e fraude fiscal. O primeiro-ministro e Armando Vara são os principais alvos destas escutas.
As escutas foram enviadas para o Supremo Tribunal de Justiça e para a Procuradoria-Geral da República que têm o poder de decidir se continuam ou não com a investigação.
Enquanto a investigação se está a desenrolar, o primeiro-ministro garante que nada sabe sobre o negócio da PT/TVI, apesar de se ter encontrado com administradores desta empresa. Por outro lado, se for verdade que José Sócrates tinha conhecimento deste negócio, o líder parlamentar do PSD não afasta a hipótese do seu partido avançar com uma moção de censura.
Será que existe uma compreensão por parte da sociedade de que existem limitações na liberdade de expressão? Segundo a psicóloga "penso que não. E quero acreditar que vivemos num país livre e democrático e por isso as comunicações são livres e não objecto de censura.” Já o médico “Penso que a maioria das pessoas tem noção que existem pressões por parte das forças políticas e/ou económicas para que a notícia X ou Y seja publicada ou não seja publicada.”