foradelinha    Lisboa alternativa Reportagens 07  
     Revista das cadeiras do atelier de jornalismo e cyberjornalismo da FCSH-UNL  EMAIL    
    secções  |  login  |   pesquisa  |  atelier jornalismo <  
 
     
      Legalidade dos produtos da"Magic Mushroom" não convence, mas atrai um público cada vez mais jovem


 

  “A tua loja de drogas legais” é o slogan da Magic Mushrroom, a segunda loja de venda de drogas legais em Portugal, aberta em Fevereiro de 2008 no Bairro Alto. Desde ervas com os mesmos efeitos da canábis a chás afrodisíacos, o cliente depara-se com uma grande variedade de produtos legais que aproveitam algumas lacunas na lei portuguesa, que acaba por permitir a sua comercialização.

A idade e classe social das pessoas que procuram este tipo de produtos é muito variada, mas é inegável a afluência cada vez maior de jovens, entre os 18 e os 21 anos, que atraídos pela curiosidade do slogan provocatório, vão atrás de novas experiências sensoriais. Apesar de existir há já dois anos, a pequena loja do número 29 do Bairro Alto continua a fazer novos clientes todos os dias. Filipa Silva e Raquel Marques entram pela primeira vez a procura de cachimbos. Tal como muitos outros jovens, souberam da existência do “Cogumelo Mágico”, nome pelo qual é conhecida esta loja (à semelhança da sua antecessora em Aveiro), através de amigos e decidiram satisfazer a sua curiosidade. Para Filipa os preços são demasiado elevados, mas justificáveis pela escassez de lojas deste género.

Para Afonso de 18 anos esta não é a primeira vez que vem ao “Magic Mushroom”. Admite que o produto que o atrai mais é a sálvia, um potente alucinogénio em forma de erva, procurando “efeitos mais fortes”. Acrescenta também que há muitos jovens que acreditam que podem de facto encontrar produtos ilegais à venda na loja. A verdade é que as substâncias vendidas encontram-se enquadradas na lei porque não é previsto o seu uso em humanos.

Em declarações ao Diário de Notícias, Peter Montijn,um dos sócios da loja, afirma que esta "está completamente aberta com tudo à vista. Não há nada a esconder, porque é tudo legal", garantindo que todas as substâncias vendidas são naturais, complementadas sempre com “toda a informação em pormenor sobre os produtos. O que são, quais as substâncias que contêm, como se devem utilizar, quais os seus efeitos e para que servem. Tudo para não haver o risco das pessoas sofrerem qualquer tipo de problema e também para obterem o resultado pretendido".

Mas este tipo de iniciativas acarreta tudo menos consensos. Muitos consideram que estas lojas acabam por ser um incentivo ao consumo de drogas leves e que deviam ser proibidas. É o caso de Vanessa Tavares que passeia pelo Bairro Alto a tarde, indiferente ao apelativo cartaz vermelho com um cogumelo com pernas. O “aspecto” dos clientes é um dos motivos que a afasta da loja, embora acredite na legalidade das substâncias vendidas pois “a partida se não o fossem, a loja não estaria aberta”.

     
artigos relacionados:

     
Andreia Candeias
andreiacandeias@msn.com