Joanne Harris, autora do doce “Chocolate”, pouco se importa com a opinião dos críticos. Já a preguiça, que alguns demonstram, não deixa passar. “Detesto quando os críticos são preguiçosos”. Em entrevista ao “Bairro Alto”, da RTP2, a escritora britânica falou ainda da sua forma escrita e do novo romance, “O Rapaz de Olhos Azuis”.
A crítica, para Joanne, é um trabalho que deveria ser levado a sério. Demonstram preguiça "ao se basearem em ideias pré-concebidas, ao querem provar inteligência à custa dos outros e quando não lêem o livro e fingem que o leram”. Considera-se competente ao ignorar o trabalho dos críticos.
Na escrita gosta da espontaneidade. “Se pesquiso muito não encontro algo satisfatório”. Aproveita-se do que vive e conhece. “É impossível inventar por completo as personagens. Não faço retratos reais de ninguém mas junto muito da minha experiencia na construção de algo novo”.
Na sua mais recente obra, “O Rapaz de Olhos Azuis”, explora o mundo das comunidades online. “São os confessionários modernos. No livro procuro perceber como seria alguém lançar intenções tóxicas nestas comunidades”. O protagonista assume, no ciberespaço, o sonho de matar a mãe.
A escritora, de 46 anos, aprecia as histórias sombrias que compõe apesar do desafio emocional. “É emocionalmente difícil entrar nos lados negros da psicologia humana”. Demorou dois anos para concluir o romance que chegou a Portugal no passado mês de Setembro.
Veja a entrevista na íntegra em http://www1.rtp.pt/multimedia
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