Entre optimismos e declarações de responsabilidade, José Eduardo Bettencourt assume não querer sair da liderança do Sporting, a menos que assim lhe seja pedido. Elogia o trabalho que está a ser desenvolvido pelo seu clube e menciona um ciclo vicioso de desanimo e até mesmo tristeza, que abrange tanto jogadores como adeptos. Esclarece também a instabilidade pela qual o Sporting tem passado, falando das várias substituições efectuadas na equipa técnica, nomeadamente a de Paulo Bento.José Eduardo Bettencourt foi entrevistado na passada quinta-feira, 7 de Outubro, por Judite de Sousa e revelou-se inteiramente dedicado em fazer com que o Sporting saia da crise na qual se encontra mergulhado nos últimos tempos. Culpabiliza-se inteiramente caso não seja bem sucedido, mas assume querer ficar na liderança do projecto ao qual que se dedica com paixão e orgulho, na esperança de dar aos adeptos sportinguistas o momento desportivo feliz que tanto merecem.
Confessa que a realidade de ser Presidente do clube é bem diferente da esperada, pois é uma realidade política e de muita inveja. Fora isto, reconhece que o ambiente de trabalho que considera fantástico não se encontra reflectido em resultados positivos para o clube, o que leva a um ciclo vicioso de insucessos guiados, segundo Bettencourt, pela lei de Murphy.
No que toca á saída de Paulo Bento, admite que esta situação deixou marcas e levou mesmo o clube a um percurso errático. Diz ter feito tudo o que estava ao seu alcance para mantê-lo no Sporting, mas foi vencido pelo cansaço. No entanto, considera esta situação ultrapassada e nomeia o Sporting como uma equipa com um potencial de crescimento enorme. Sabe que o grupo actual não pode fazer milagres para compensar o que aconteceu no passado, mas está seguro de que o trabalho que está a ser desenvolvido irá dar frutos e por isso acredita no titulo.
Bettencourt também teceu as suas criticas em diversos temas. Culpabiliza a comunicação social por enfatizar em maior escala as crises do Sporting, comparativamente com as dos outros clubes. Fala de Izmailov como um poço de contradições e acusa-o de ter mentido ao Sporting. Refere por último também a sua opinião pessoal sobre o uso das últimas escutas do processo Apito Dourado, dizendo que se sente chocado pois as mesma ferem direitos e liberdades, mas não se surpreende pelo seu conteúdo.
Não vê o Sporting como um clube que falha mais do que os restantes, mas admite que algumas decisões tomadas nos últimos tempos não foram as mas acertadas, principalmente a nível financeiro. Vê sim o Sporting como um pacifista social tendo em conta o papel do futebol e sugere um esforço por parte de Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira para que façam o mesmo, evitando contribuir para a instabilidade social mediante a fase que o país atravessa.
