O médico Carlos Barosa considera a pulseira do equilíbrio uma espécie de remédio para todos os males, sem resultados para o organismo. “O seu efeito é apenas psicológico, porque tudo o que é terapêutico tem de ser avaliado através de medições, feitas laboratorialmente”, assevera o especialista em medicina geral e familiar.
A pulseira do equilíbrio já anda no pulso de milhares de portugueses, com promessas de bem-estar e energia. No entanto, perante a complexa explicação funcional dada pelas empresas distribuidoras e a ausência de evidência científica, a comunidade médica admite apenas uma acção psicológica sobre os utilizadores da mesma.
Segundo Carlos Barosa, este tipo de melhoria por sugestão ou acção psicológica – efeito placebo – pode ser induzido por diversos objectos ou hábitos em que se deposita uma crença.
“Se a pessoa anda cansada, a dormir mal, preocupada ou ansiosa, e pensa ‘isto vai-me fazer sentir melhor’, a pulseira pode ter de facto um efeito psicológico benéfico. Mas o mesmo acontece, por exemplo, a algumas pessoas quando tomam café de manhã ou usam roupa de marca”, sustenta o médico.
Apesar de não ter fundamentação científica, a pulseira dos hologramas quânticos programados secretamente para equilibrar o nosso campo electromagnético já começou a ser comercializada em farmácias. Barosa encara este facto com naturalidade, tendo em conta as tendências da indústria.
“As farmácias são uma loja, e como tal vendem tudo o que der lucro. Isso aplica-se às pulseiras, mas também a outros produtos como sapatos, meias, chupetas, biberões, cremes de beleza ou cremes para as rugas. Mesmo os medicamentos são um negócio interessante”, explica o especialista.