Há pouco mais de dois meses em Portugal, Eva-Maria Senftleben fala num português claro e sem grandes hesitações. Mas esta não é a primeira vez da jovem alemã em Portugal. Em 2004 teve a oportunidade de estudar durante um ano lectivo, numa escola em Leiria, no âmbito de um programa de intercâmbio de estudantes. “Estive numa família portuguesa, numa escola portuguesa (…) Nem dei conta, mas aprendi [português] ”, explica.

Voltou a Portugal porque gosta “do país, do tempo, da comida… de tudo”. Mas também por causa da língua. “Também podia ter ido para França ou para Espanha, mas precisava de tirar um curso [de francês ou espanhol] ”, diz.

Sente saudades de casa, mas não é algo que a entristeça. Para Eva estar longe já não é uma novidade: “Já estou habituada a estabelecer contacto com a minha família e amigos pelo skype, e-mail ou até mesmo pelo facebook”. Mas a aluna de jornalismo acaba por admitir que existe algo de que sente falta: “Do pão. O pão alemão é tão bom e o português não, é só ar e farinha”, brinca.

Não está nada arrependida de ter vindo para Portugal, embora não esteja a seguir o plano de estudos que definiu, ainda na Alemanha. As cadeiras que pretendia frequentar só abrem no segundo semestre ou simplesmente não abrem este ano lectivo. “O website devia estar mais actualizado. Não está lá quando é que há as cadeiras”, desabafa.

Por agora, o que destaca de mais positivo são as pessoas que conheceu. “Tive a sorte de encontrar pessoas que, como eu, não gostam daquelas festas de Erasmus”, diz. Com os seus amigos, também eles alunos Erasmus, cozinha, passeia e vai ao cinema. Admite que é mais simples contactar com alunos estrangeiros do que com portugueses. “Temos uma experiência em comum, o Erasmus”, afirma.