A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa acolheu o III Seminário Internacional “Media, Jornalismo e Democracia”, onde a temática do jornalismo online e das redes sociais teve um lugar de destaque. Diogo Vasconcelos, director da Cisco Systems e mandatário digital da candidatura de Cavaco Silva estabeleceu desde logo a diferença entre o antigo e o actual paradigma da comunicação.
Por seu lado, Ricardo Jorge Pinto, jornalista do Expresso e comentador político, considerou que “o ciberjornalismo abre portas a um aperfeiçoamento acerca do debate político”. De lado não ficou a questão dos comentários não moderados às notícias, bem como a tentação de se confundir os blogues e as redes sociais com o ciberjornalismo. Ricardo Jorge Pinto esclareceu que “Jornalismo é feito por jornalistas. Enquanto cidadão posso dizer bem ou mal do Governo, enquanto jornalista tenho direito de interpretar os factos da democracia em que vivemos e levar mensagens tão isentas quanto possível do que está a suceder.”
Um longo caminho por percorrer. Ao longo das diversas comunicações, os oradores foram consensuais em sublinhar o terreno que o ciberjornalismo tem vindo a conquistar aos chamados media tradicionais. No entanto, estes especialistas consideraram que, apesar de ser uma ferramenta para ir ao encontro das pessoas, o ciberjornalismo ainda se encontra numa fase embrionária.
Tal como outros intervenientes, Leila Nogueira, jornalista brasileira que interveio no seminário para falar sobre webjornalismo político, alertou para o longo percurso que ainda tem de ser percorrido para que esta nova ferramenta possa fazer valer as suas potencialidades, nomeadamente para aproximar as pessoas da democracia.
Além de Ricardo Jorge Pinto, Diogo Vasconcelos e Leila Nogueira, o seminário contou com a presença de quase um centena de oradores, entre os quais Thomas Patterson, da Universidade de Harvard, Estrela Serrano, da ERC, e Nilza Mouzinho de Sena, professora universitária e vice-presidente do PSD.
