Política no masculino e no feminino debatida na Universidade Nova de Lisboa
O III Seminário Internacional de Media, Jornalismo e Democracia, ocorrido nos dias 8 e 9 de Novembro, trouxe à Universidade Nova de Lisboa o debate sobre questões de género. Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que acolheu investigadores nacionais e internacionais de renome, discutiu-se o cruzamento entre política, género e media.
O estudo das estratégias masculinas e femininas nas campanhas para as eleições legislativas de 2009 foi ao que se dedicou Rita Figueiras, docente na Universidade Católica e investigadora do CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo). Destaca do seu trabalho a análise da cobertura jornalística das campanhas eleitorais de Manuela Ferreira Leite e de José Sócrates, que, segundo a investigadora, pôs em causa a viabilidade da candidata do PSD quanto à sua eleição.
Partindo dos estereótipos do eleitor comum, Rita Figueiras sublinha as consequências que estes podem trazer ao nível das estratégias utilizadas nas campanhas dos candidatos. Inerente ao género feminino, afirma a professora universitária, há um “duplo constrangimento” no equilíbrio entre características associadas a um género e características associadas a outro.
Apesar disso, Manuela Ferreira Leite “não fez, de todo, uma campanha estruturada no género”, refere a investigadora. Pelo contrário, o candidato do PS, José Sócrates, abordou temas da esfera feminina na sua própria campanha o que, segundo Rita Figueiras, é uma táctica de marketing político comum quando homens e mulheres concorrem em igualdade de circunstâncias.
A semelhança observada pela investigadora entre o caso nacional e os casos internacionais levaram-na ainda à conclusão de que há uma adequação permanente da forma de fazer política por parte das mulheres às normas masculinas.
