A proposta do PSD que propunha a realização de contratos de trabalho verbais foi chumbada, mas gerou polémica. «No limiar, teremos revoluções de estudantes, à semelhança do que já começa a acontecer», declarou Gonçalo Simões, estudante do último ano de Jornalismo. Contudo, as opiniões dos estudantes e recém-licenciados dividem-se.
«Inicialmente aceitaria a solução», diz Irina Batalha, estudante do 3º ano de Ciências da Comunicação. Esta jovem, como muitos outros, considera que esta é uma forma viável de ter currículo e integrar o mercado de trabalho. «No entanto, há um não aproveitamento do nível de escolaridade, porque os recém-licenciados se vêm obrigados a trabalhar em áreas que não a sua», concluiu.
O projecto do PSD previa a «caducidade automática dos contratos» e «contratos verbais». Com a taxa de desemprego jovem nos 23%, os jovens portugueses sentem que as medidas postas a votação pelos sociais-democratas significam um perigo de maior precarização e instabilidade financeira.
Recentemente, Sócrates expôs novas medidas para simplificar «a inserção dos jovens na vida activa». Entre elas, contava com 50 mil estágios, um número insuficiente para a percentagem de jovens à procura de um primeiro emprego, e o asseguramento da integração dos estagiários na Segurança Social.
Com o aumento do debate sobre a precarização do trabalho e das elevadas taxas de desemprego em Portugal, está agendada para 12 de Março uma manifestação da «Geração à Rasca», convocando estudantes e trabalhadores a reunir-se por todo o país.