O projecto do PSD para a flexibilização do mercado de trabalho tem dividido as opiniões dos estudantes do ensino superior. A proposta, que visava flexibilizar a contratação a prazo para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração, tem gerado apoiantes e opositores junto daqueles que estão prestes a entrar no mercado de trabalho.Sara Gonçalves, finalista do curso de Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, revela estar “receptiva a todas as medidas que permitam um acesso mais facilitado ao mercado de trabalho”. A futura jornalista entende que “o mais importante após a conclusão de um curso é a obtenção de experiência profissional”, confessando não estar preocupada em “encontrar um emprego para a vida”.
Ricardo Santos, também finalista do curso de Ciências da Comunicação na mesma faculdade, discorda. “Espero encontrar um trabalho minimamente estável após a conclusão da minha licenciatura. Os meus pais não têm capacidade financeira para me suportar durante muito mais tempo. Os últimos anos têm sido bastante complicados”, revela.
O aspirante a docente defende que “este tipo de propostas são um entrave ao desenvolvimento económico do País, pois fomentam a precariedade e a instabilidade”.
Os contratos orais foram o ponto que mais divergência tem suscitado entre os alunos, já que o projecto-lei não é claro no que respeita à ausência de forma escrita.
Em declarações prestadas ao “Jornal de Negócios”, o deputado social-democrata, Adriano Rafael Moreira, esclarece que esta questão nunca foi equacionada. O artigo 8º "diz expressamente que a forma [do contrato] tem que ser escrita", alegou o deputado.
Após o chumbo de dia 26 de Fevereiro, o PSD já anunciou que, em breve, voltará a apresentar medidas excepcionais para a flexibilização do mercado de trabalho, as quais deverão vigorar até Junho de 2014. Entre as moções dos social-democratas encontra-se a possibilidade de os contratos a termo poderem ser renovados até oito vezes e a desobrigação do aviso prévio.