O protesto da “Geração à Rasca", que reuniu cerca de 300 mil pessoas em todo o país, contou com a presença de várias gerações: avós, pais, filhos e netos. Foi assim que uma iniciativa convocada por quatro jovens através do Facebook, se tornou num “grito de revolta” de um país descontente. Fernando Tordo, cantor de intervenção desde a revolução de 1974, afirmou que "a manifestação é de todos (os portugueses)". O cantor juntou-se à manifestação e aos “Homens da Luta”, com quem cantou “Tourada”. Para Fernando Tordo, a manifestação é de todas as gerações, e não só dos jovens, pois todos, à excepção dos mais ricos, sofrem com a actual situação do país.
No meio da diversidade, uns como, Marta Coelho, desempregada, afirmam estar “à rasca” e já terem trabalhado de forma precária em mais do que uma situação. Outros, como Tiago Silveira, manifestam-se não por si, mas por solidariedade para com os jovens.
Os muitos jovens na manifestação repetiram as mesmas "palavras de ordem": a precariedade laboral e o direito ao trabalho. Bárbara Coelho, estudante de Artes, não tem quaisquer perspectivas de futuro. Já Tiago Olim, estudante de Ciências da Comunicação, acredita que chegou a altura de lutar para que a mudança aconteça.
A página na rede social Facebook sobre o protesto da “Geração à Rasca” deu lugar a uma outra designada “Fórum das Gerações – 12/3 e o Futuro”, como resposta à diversidade etária e social que se manifestou a 12 de Março. Os jovens que estiveram na origem deste protesto começam assim uma nova fase, em que pretendem “criar fóruns de debate para apresentar propostas concretas”, segundo afirmaram em declarações ao Público.