A mobilização da "Geração à Rasca" teve um impacto muito superior ao esperado. Eram mais de 200 mil as pessoas reunidas na Avenida de Liberdade, em Lisboa. Crianças, jovens, adultos e idosos saíram à rua por todo o país para manifestar o seu descontentamento face à precariedade e ao desemprego. Haldane Amaro, de 21 anos, estudante do 3º ano de Estudos Africanos na Universidade de Lisboa, considera que "as coisas não podem continuar assim".

Foram muitos os cartazes, faixas e gritos de ordem a encher a Avenida de Liberdade. Entre eles, uma faixa da Casa do Brasil, que se juntou ao protesto. O objectivo era fazer notar que todas as pessoas residentes em Portugal, independentemente da sua nacionalidade, se encontram afectadas pelas condições de trabalho actuais. Eliana Bibas, uma luso-brasileira residente no país à 22 anos, afirmou que “é preciso que as pessoas saiam do silêncio”.

Vítor Miranda, estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi à manifestação para expressar a preocupação quanto ao seu futuro. Como muitos outros jovens, não tem garantias de estabilidade, e põe a hipótese de emigrar, caso não encontre um emprego.

O grupo que convocou o protesto através do Facebook discursou ao final da tarde no Rossio, onde recolheram também as folhas nas quais pediram às pessoas que escrevessem formas de solucionar os seus problemas. Segundo uma manifestante "apesar disto [o protesto] não alterar nada, pode ser que mude a mentalidade dos portugueses, para que não se repitam situações como a da abstenção nas eleições de Janeiro."