Dora Santos Silva, investigadora, afirmou que «o jornalismo em Portugal está muito disseminado» ao explorar o tema «Génese e evolução do jornalismo cultural em Portugal», e questionou o que hoje em dia pode ser ou não considerado jornalismo.«Existe um espaço para uma ampliação do jornalismo cultural, especialmente na parte digital», aclarou Dora, porém muitos não conseguem ser verdadeiramente jornalísticos», referiu, apelando para um maior sentido crítico por parte dos jornais.
Na conferência realizada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Dora comentou que hoje em dia existe um leque alargado de nichos, mas nenhum deles foca uma vertente específica, ou seja, «não há muitas revistas culturais na verdadeira acepção da palavra».
Demasiado ligados aos press releases, na opinião da investigadora, Dora critica, ainda, o tratamento da cultura nas várias publicações: «Existem dois tipos de artigos, os das artes superiores, relacionadas com o cinema e a música, e os da cultura urbana que tratam assuntos de moda e lifestyle». O principal problema é, diz Dora «que muitas revistas estão centradas neste tipo de assuntos em vez procurarem alargar os seus horizontes e focarem algo mais que a cultura urbana».
Em perspectivas futuras, Dora Santos Silva acredita, todavia, que a área do jornalismo cultural é uma área em expansão, sobretudo no Brasil, onde existem vários profissionais capazes de o elevarem «a um nível mais alto».