Segundo os dados de blogger.com, existem 1 200 000 “jornalistas”, 103 000 “journalists” e 418 000 “periodistas”. Liliana Pacheco (assistente de investigação no ISCTE-IUL) explica que o valor considerável de “jornalistas” dever-se-á ao facto de os portugueses que têm blogues ou páginas com notícias se identificarem como tal. Os valores dos “journalists” e dos “periodistas” correspondem apenas a jornalistas empregues em órgãos de comunicação social.Por outro lado, foram contabilizadas 6917 carteiras profissionais em Portugal no ano de 2009, das quais 59% corresponde ao sexo masculino e 41% ao sexo feminino. Daí Liliana Pacheco afirmar ser “curioso” a discrepância entre a quantidade de portugueses que de auto-identificam como jornalistas em blogger.com e o número de carteiras profissionais contabilizadas.
Tem-se assistido nos últimos anos a uma tendência crescente da feminização da profissão, apesar de a chefia na profissão ser maioritariamente masculina. No entanto, a assistente de investigação no ISCTE-IUL relembra que “Quase 80% dos registos [profissionais de jornalismo] foram conseguidos nos últimos anos [entre 2000 e 2009].”
Apesar da notável ausência de Fernanda Lima Lopes (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Liliana Pacheco abordou alguns tópicos referentes à profissão de jornalista no Brasil, relativamente à recorrência a sentenças judiciais para adquirir carteira profissional.
Esta investigação sobre a identidade do jornalista, intitulada “Os jornalistas enquanto objecto de estudo – Uma perspectiva brasileira e portuguesa”, foi abordada no Congresso Internacional de História dos Media e do Jornalismo, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL), na passada quinta-feira. O moderador foi Jorge Pedro Sousa (UFP e CIMJ) e não houve interrupções.