José Maria Pedrosa, doente do sanatório Sousa Martins na Guarda, cria um transmissor no seu quarto. Nasceu assim, em 1946, a rádio local mais antiga do país. Foi no âmbito do Congresso Internacional de História dos Media e do Jornalismo, realizado dia 7 em Lisboa, que Carlos Canelas, investigador do Instituto Politécnico da Guarda, salientou alguns marcos históricos da Rádio Altitude.
O objetivo da emissora era animar os doentes pulmonares, mas acabou por se tornar na forma encontrada pelos mesmos para, nas palavras de Carlos Canelas, “saltarem os muros do sanatório”.
A rádio deve o seu nome ao facto da cidade da Guarda ser a mais alta do país e de por isso proporcionar melhor qualidade de vida aos doentes com tuberculose.
A seleção dos temas a tratar nas emissões obedecia a normas próprias. Não podia, por exemplo, falar-se de política ou religião, criticar-se o sanatório ou mencionar episódios tristes. Pelo contrário deviam escolher-se temáticas que animassem os doentes.
A Altitude conseguiu o seu próprio edifício em 1953, mas só em 1960 deixa de ser sustentada pelas cotas dos doentes.
O investigador esclareceu que esta não é a sua área de pesquisa, mas que acreditou tratar-se de um assunto oportuno, dada a temática do congresso, tendo a sua investigação se fundamentado em textos de Hélder Sequeira, autor com obra publicada sobre a Rádio Altitude.