Entre 2006 e 2009, os subsídios do Estado português têm efeito deficitário em rádios e jornais locais e regionais. Apesar de alguns melhoramentos, os apoios directos e indirectos dados pelo GMCS (Gabinete para os Meios de Comunicação Social) revelam-se insustentáveis a médio e longo prazo.“Não se verifica grande impacto nas empresas, pioraram. A curto prazo, pode resolver a situação, mas a médio e a longo prazo não são estruturantes”, diz Paulo Faustino do CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo) Em geral, os apoios têm sido utilizados em equipamentos básicos e não em projectos estratégicos, encorajando os media a uma permanente dependência de recursos da ajuda estatal.
Se grande parte dos media locais e regionais portugueses não consegue inverter os seus resultados líquidos tendencialmente negativos, os subsídios verificam-se então insustentáveis e até nocivos para a concorrência no mercado económico e da informação. Segundo Paulo Faustino, o modelo de incentivo aos media têm de ser reavaliados e integrados numa lógica crescente de multimédia.
Tal como em Portugal, os modelos de apoio público europeu privilegiam a imprensa em detrimento da rádio pela sua vocação mais informativa e não de entretenimento. O jornais portugueses obtiveram um impacto mais positivo do que a rádio, mas ambos apresentaram ligeiras melhorias na produção jornalística e investimento em conteúdos on-line e multimédia.
O balanço e impacto dos apoios do Estado aos media locais e regionais foram revelados num estudo de Paulo Faustino e Arons de Carvalho (FCSH) em 2009 e tema de discussão no “Congresso Internacional de História dos Media e do Jornalismo” na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) nos dias 6 e 7 de Outubro.