Jornalismo em crise: empresas jornalísticas “à beira da falência” Jornalistas portugueses preocupados com a falta de sustentabilidade financeira da actividade e com o crescente poder das audiências em sessão aberta na Universidade Nova
Com o objectivo de "ouvir as pessoas sobre o que pensam do jornalismo", segundo António Granado, esta sessão aberta correrá as principais universidades do país.
Num país onde a crise é notícia, também o jornalismo vive tempos difíceis. António José Teixeira, director da SIC Notícias, garante que em Portugal se vive uma “crise do jornalismo” e que o futuro da profissão pode estar comprometido por falta de sustentabilidade. António Granado, jornalista e professor universitário, não tem dúvidas: as empresas portuguesas estão “à beira da falência”, resultado de um má adaptabilidade aos meios online.
Com o surgimento da Internet, “o jornalista perdeu o monopólio da intermediação da informação” reconhece Helena Garrido, directora adjunta do Jornal de Negócios, uma perda que veio dar lugar a um novo papel de poder exercido pelas audiências, segundo o jornalista Adelino Gomes.
Neste novo formato os profissionais trabalham numa verdadeira “corrida contra o tempo”, reconhece Miguel Gaspar, director adjunto do jornal Público. Para o director, em resposta aos novos desafios lançados pela tecnologia, o jornalismo poderá ter de se adaptar a um formato de maior profundidade.
Os novos desafios e princípios da actividade estiveram em debate, num encontro entre profissionais e estudantes, no passado dia 21 de Março na Universidade Nova. Uma sessão no âmbito do projecto “Jornalismo e Sociedade” promovido pelo ISCTE, com o objectivo de “encontrar pistas para o futuro” da profissão, segundo o organizador Gustavo Cardoso.