No passado dia 15 de Março (sábado), pelas 9h15, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas recebeu o colóquio“ As mulheres no jornalismo: perspectivas do trabalho e produção na esfera noticiosa”, organizado pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Questões como a supremacia masculina em cargos de chefia, de gestão e de tomada de decisão foram abordadas, e ainda o "porquê" da invisibilidade das mulheres, enquanto profissionais ou especialistas de áreas predominantemente masculinas como Política, Economia ou Desporto, sendo as mulheres muitas vezes vistas como representantes da “voz do povo”, celebridades ou “parentes de alguém”, como explicou Paula Lobo.
Este evento contou inicialmente com a participação de Paula Lobo, colaboradora do projecto “género e produção noticiosa” e Virgínia Ferreira, da Universidade de Coimbra, tendo a segunda parte contribuído os testemunhos da vida profissional dos jornalistas Fernanda Câncio, Pedro Coelho e Anabela Fino (membro da direcção do Sindicato dos Jornalistas).
Por sua vez, Juana Gallego, da Universidade Autónoma de Barcelona encerrou o colóquio debatendo a cobertura mediática das mulheres, frisando que a mulher é vista como uma ‘novidade’ ainda hoje perante os mesmos acontecimentos com protagonistas masculinos (“Ele faz, ela é”) – questionando, assim, a credibilidade das mulheres, dando-se cada vez “mais destaque aos pormenores estáticos, fúteis”, isto é, “técnicas redaccionais [que] ocultam o nome, o esforço e as ambições das mulheres.”.
Contudo, o aumento contínuo de mulheres na área do jornalismo deverá alterar os desequilíbrios de géneros. Paulo Lobo afirmou que apesar de termos ainda poucas mulheres nos Media, a tendência é aumentar - em 1995, 17% dos intervenientes totais no espaço noticioso eram mulheres, e em 2010, 24%.