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      Virgínia Ferreira afirma: “Os media podem ser alavancas de mudança nas desigualdades de género”


 
  No colóquio As Mulheres no Jornalismo, Virgínia Ferreira afirmou: “Os media podem ser alavancas de mudança nas desigualdades de género”. O debate dinamizado pelo Centro de Investigação de Media e Jornalismo, que decorreu este sábado na FCSH-UNL, colocou em discussão o jornalismo no feminino e as desigualdades que ainda existem.

O jornalismo na perspectiva profissional foi apresentado pela doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra, Virgínia Ferreira, como um sector que contraria a tendência nacional, por serem maioritariamente mulheres a exercer, mas no qual “ainda existem barreiras para os elementos do género feminino”.

Da sua experiência profissional, Fernanda Câncio, que também estava convidada a discursar, disse nunca ter sentido qualquer distinção por ser mulher “exceptuando uma vez em que me perguntaram: Não está a pensar engravidar, pois não?”. A cronista do DN evidenciou ainda a oposição que há em incluir o tema do feminismo na agenda mediática do nosso país.

Resistência que, para o jornalista Pedro Coelho, o único homem que teve uma palavra a dizer na discussão, “se deve muito mais a questões de mercado e de audiências”. Fundamentou a sua declaração ao questionar as razões pelas quais os conteúdos dos media têm permanecido inalterados, apesar da crescente presença de mulheres em cargos de chefia e sub-chefia nos diferentes meios de comunicação em Portugal.

Juana Gallego, feminista com obras publicadas sobre a representação feminina nos media, revelou um panorama inquietante, em que as “mulheres são notícia por serem exceção à regra”. Ao recorrer a exemplos concretos de títulos de artigos jornalísticos utilizados na sua pesquisa, a investigadora catalã demonstrou a sistemática ocultação do nome da mulher e a atribuição de um estatuto ao invés de uma acção. O que para Juana implica uma tentativa de ocultação da identidade individual da mulher e consequentemente do seu esforço e mérito.

     
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Beatriz  Torres
beatriz.m.torres@hotmail.com