Escondido por trás de uma identidade por si criada, Blackhat, de 21 anos é freelancer na área de segurança informática. Inspirou-se no filme “Takedown” sobre Kevin Mitnick e “foi ele que me despertou o interesse pela ‘engenharia social’”. Para ele, “o elemento humano é o mais fraco na segurança de qualquer empresa”.
Blackhat confessa: “Entrei num site de uma empresa de software nacional e modifiquei o código do programa para controlar qualquer nova máquina que tenha sido instalada. Até à data, esta falha não foi descoberta.”
Mas o que é um “hacker”? Para Blackhat, a palavra tem sido usada abusivamente. “O seu verdadeiro significado é o de alguém que possui conhecimento técnico numa área, curiosidade e força de vontade para superar problemas”, explica. Aprender é fácil. “Basta aceder a fóruns, IRC, email ou usar meios de comunicação encriptada”, conta Blackhat.
As motivações dos “hackers” ligam-se à juventude. Buscam dinheiro, entretenimento, estatuto e aceitação num grupo. Mithological God, de 19 anos, justifica o “hacking” com o ego: “grande parte das vezes foi para provar que o conseguia”. Com variações, esta é, quase sempre, a motivação para se ser hacker. Mas, é realista. “Toda a gente tem medo de ser apanhada. Quem diz que não, ou é parvo, ou o pai trabalha na PJ”, graceja.
Este tipo de vida da sociedade moderna começa a ter focos mais sérios. Na Suécia, país considerado até há pouco tempo um paraíso da pirataria (só recentemente o download ilegal passou a ser crime punível por lei), foi criado o primeiro partido político de defesa dos utilizadores acusados de pirataria. O Partido dos Piratas pretende combater tudo aquilo que ameace a livre transmissão de informação, a começar pela retenção de dados.
Sites:
Takedown
Partido dos Piratas (em Sueco)
Texto de Vânia Araújo e Pedro Junceiro