Numa sala
de cinema do Alvaláxia, composta por muitos jovens que vieram ver “King Kong”, conversa-se antes da sessão iniciar. Os anúncios começam. Surge um que atrai as atenções dos grupos. O anúncio contra a pirataria gera risos e comentários de quem ainda não encara o download ilegal como um crime.
Pelo meio ouvem-se expressões como “é isso é…”, “ah, olha, não sabia!” ou “ e quem é que me vai apanhar o Pai Natal?”, num claro desprezo ao anúncio. As leis aqui não têm relevância. Há
mesmo quem diga que o anúncio é
uma “palhaçada”.
À saída da sessão, Nádia Conceição, estudante de Comunicação Social, afirma que “o anúncio teve o impacto contrário ao que era desejado”. A jovem banaliza a cópia de ficheiros, considerando que “grande parte das pessoas a faz”.
Já Feng Huang, como é tratado na Internet, de 21 anos, propõe uma baixa de preços para abrandar a pirataria. “Não me sinto de todo atingido pelo anúncio. A campanha é uma fantochada,” afirma.
Ricardo Vítor, trabalhador no ramo das telecomunicações, tem uma perspectiva semelhante. “Essa publicidade serve apenas para que as pessoas se sintam mal com o que fazem, mas não é com isso que vão conseguir parar o download ilegal”, comenta.
Texto de Vânia Araújo e Pedro Junceiro