O jogo, na sua definição mais lata, é uma espécie de convenção, em que a aptidão, o acaso, ou os dois juntos, conforme a diversidade dos jogos, determinam a perda ou o ganho, entre duas ou mais pessoas.Os jogos tradicionais são marcas da actividade física de uma sociedade ou um grupo social. São realizados pelos seus praticantes a partir do repertório dos mais velhos, transmitido de forma predominantemente oral dentro de uma geração e de geração em geração, e adaptam-se às características do local de prática.
Há uma enorme variedade de jogos tradicionais, que podem ser divididos em diversas categorias. Jogos de combinação ou estratégia, como o dominó, o xadrez e as damas, de sociedade como a “cabra-cega” ou as “escondidas”, e jogos de destreza como o prego, o pião ou as “5 pedrinhas”, são apenas alguns dos exemplos.
Existem jogos com muitas variantes (em Portugal estão registadas mais de cinquenta variantes do jogo da malha, por exemplo), e jogos típicos de regiões, como o sapo e a petanca, no Algarve. Também se verificam padrões lúdicos universais – a cabra-cega já era praticada pelos romanos no século III AC e o jogo do berlinde encontra-se também, por exemplo, em França (billes), no Brasil (peteca, bolinha de gude) ou na Alemanha (Klicker).
Quando se implementa a regulação dos jogos e se estabelecem acordos quanto à fixação de um quadro de regras, inicia-se o processo de desportivização dos jogos de que a criação de clubes e federações é um sinal – Federação Portuguesa de Petanca, Federação Portuguesa de Jogo do Pau.
Mas os jogos tradicionais não alimentam o consumismo, pois os praticantes podem fazer os seus próprios objectos. Eles fazem parte do convívio populacional e escolar, desenvolvem as crianças e ocupam o tempo livre dos adultos. E entre tão grande campo de escolha, cada um encontra sempre um jogo a seu gosto.
Maria Teresa Nunes