Ao centro estão as mesas de madeira, rodeadas por pequenos bancos. Encostados à parede, pipos de vários tamanhos, mas vazios. No balcão, os “copos de três” esperam voltar a ser cheios. “Foi tudo recriado por nós”, afirma com orgulho António Santos.A taberna é anexa ao Museu Nacional do Vinho, em Alcobaça, e procura reconstituir o aspecto de uma casa típica dos anos 40. De acordo com M.ª João Pires, do Instituto da Vinha e do Vinho, o espaço possui “peças únicas no país, em estado de conservação”.
Hoje, o espaço da taberna é apenas de exposição, mas em tempos chegou a funcionar. António Santos, na casa há 31 anos, conta como “aparecia um grupo de holandeses, ingleses e belgas todos os fins-de-semana para provar vinhos”. O resultado, “eram uns chouriços assados e um petisco, quase em jeito de almoço”.
Antes do museu, o espaço do anexo era conhecido como “casa da malta”. Durante o período das vindimas, viviam ali homens que trabalhavam nas vinhas da então “Cova da Onça”. Depois de 1948, passou para a Junta Nacional dos Vinhos.
Em redor do local, as placas indicativas do museu são várias. “A promoção feita pela autarquia é que está mais fraca”, explica António Santos. As razões, diz, “são políticas”. E cita os visitantes locais. “Se estivesse no centro da cidade, fazia um grande negócio”.
Texto de Luís Miguel Abreu Ricardo Leal Lemos