“Espaço fresco e escuro, praticamente sem janelas, a taberna era um local frequentado por homens, nos seus momentos de descanso. Aqui bebia-se quase exclusivamente vinho, jogava-se às cartas, dominó ou damas e conversava-se”, explica o Instituto do Vinha e da Vinha no seu site de Internet dedicados aos Museus do Vinho. Hoje, segundo João Pissarra Esteves, investigador da Universidade Nova de Lisboa “quase já não existem tabernas nos espaços rurais. Tabernas só nas cidades, e quase todas muito «burguesas»”.
Para o especialista em Ciências da Comunicação, a importância política destas casas durante a época do Estado Novo é evidente. “Um dos grandes slogans do regime era «o vinho dá de comer a um milhão de portugueses»”, explica.
Na actualidade, vaticina, “donos e frequentadores acabarão por desaparecer de morte natural ou cultural, das tabernas rurais e das urbanas não-burguesas".
Para a história, fica o papel que desempenharam nas discussões e tertúlias populares antes do 25 de Abril. Pissarra Esteves descreve-as como “Espaço Público plebeu, mas sem o alcance cultural e político” que outros locais tiveram na Revolução dos Cravos.
Texto de Luís Miguel Abreu e Ricardo Leal Lemos