Define-se como uma arte manual com um traço de modernidade e um carácter mais urbano do que o artesanato tradicional. Aposta em vários materiais, desde o feltro ao ferro, assim como em novos conceitos criativos, explorando a diferença, a originalidade e a inovação.
Sílvia Pontes, artesã natural de Guimarães, considera que o artesanato português está ainda, por natureza, muito confinado ao regional. “O artesão continua a repetir as peças, não há uma inovação. O que aprendeu é o que executa. Já a camada mais jovem tende a mudar os hábitos e os costumes neste domínio”, considera referindo-se à explosão de criadores que se dedicam ao artesanato na sua vertente contemporânea.
A criadora preconiza que a tradição, as origens e a cultura não devem ser negligenciados, mas que o artesanato deve acompanhar a mudança dos tempos assumindo roupagens diferentes, que explorem as novas tendências. Este redimensionamento do processo criativo resume-se para a artesã, a uma reinvenção do tradicional. “ As pessoas querem peças com um toque de tradição, mas que estejam na moda e sejam actuais”, afirma.
Em relação à qualidade do artesanato contemporâneo, Sílvia afirma não existir a que seria desejável. “Terá de se investir mais em formação com bons formadores”, salienta. No que concerne à divulgação, a criadora considera que os blogues têm sido o principal instrumento de visibilidade desta actividade.