UNL - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

António Henrique de Figueiredo Pedro de Albuquerque Emiliano
Departamento de Linguística


Dossier TLEBS (links selectos)

Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS) (Ministério da Educação, Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular)

PETIÇÃO CONTRA  A TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO (TLEBS)

TLEBS – artigo da Wikipédia [autor(es) e fiabilidade desconhecidas]

NOMENCLATURA GRAMATICAL PORTUGUESA – artigo da Wikipédia [autor(es) e fiabilidade desconhecidas]

Dicionário Terminológico  – antiga TLEBS (
Ministério da Educação, Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular)

TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO (TLEBS) — página de João Andrade Peres, Prof. Catedrático de Linguística da FLUL

Concorda com a suspensão da TLEBS? – (NetProf, Clube dos Professores Portugueses na Internet)

A TLEBS no sapatinho (Vasco Graça Moura, DN, 21/12/2005)

A nova terminologia linguística (Maria Alzira Seixo, FLUL, Visão, 28/10/2006)

Destaques:

«A Gramática, e muito menos a Língua, não são propriedade exclusiva do estudo da Linguística, ligam-se a outras disciplinas em que são cruciais: a Literatura (lugar da preservação de estruturas da língua e da consagração de modos da sua inovação) e a Filosofia, com a Lógica e a Filosofia da Linguagem;»

«não é aceitável que se proceda a alterações terminológicas segundo uma teoria dos fenómenos da linguagem, a perfilhada por [Inês] Duarte, cujo trabalho é apreciável em investigação mas, sem resultados consensuais na universidade, não é representativa para uma determinação ministerial;»

«A TLEBS dirige a taxinomia da língua para raciocínios tecnicistas e funcionais, com uma óptica exclusivista e auto-suficiente que, não dialogando com áreas centrais do pensamento humanístico, estreita a compreensão gramatical.»

«Esta questão é de interesse público, não é minudência de especialistas: condiciona formas de lidar com a língua, incidindo em modelos de pensamento e, logo, da actuação em sociedade.»


A sublimação (Vasco Graça Moura, DN, 01/11/2006)

Ainda a TLEBS (Vasco Graça Moura, DN, 15/11/2006)

A autópsia do Tioneu (
Vasco Graça Moura, DN, 21/12/2005)

TLEBS? Não, obrigado. Prefiro o PORTUGUÊS “troglodita”! (Broca, 22/11/2006)


TLEBS: Editorial Diário de Notícias (João Morgado Fernandes, DN, 23/11/2006)

Governo admite recuar nos novos termos gramaticais (DN, 23/11/2006)

Discussão sobre as virtudes e defeitos da TLEBS sobe de tom (Público, 25/11/2006)

A LÍNGUA QUE JÁ NÃO É DESTA PÁTRIA: AS TERMINOLOGIAS LINGUÍSTICAS NO ENSINO (Carlos Ceia, FCSH/UNL, 30/11/2006)

A TLEBS explicada aos linguistas, autores da mesma, aos que a defendem e aqueloutros que não foram ouvidos. Mais um caso do Ministério dos lobbies e da cultura inculta (José Félix Costa, Instituto Superior Técnico, 01/12/2006)

ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA CIENTÍFICA DA TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO (TLEBS) (João Andrade Peres, FLUL, 06/12/2006) [ver o mesmo texto em PDF]

As vestais
(Vasco Graça Moura, DN, 06/12/2006)

Catedráticos Linguística assinam petição para travar TLEBS
(Diário Digital / Lusa, 21/12/2006)

A linguística da TLEBS (Jorge Morais Barbosa, DN, 26/12/2006)

A TLEBS em 2007 (
Vasco Graça Moura, DN, 03/01/2007)

«Deficiências» obrigam a «trabalho de correcção da TLEBS» em 2007 e 2008 (Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 06/01/2007) - entrevista de de Luís Capucha, Director-Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação ao jornal O Público em 06/01/2007

"Deficiências" obrigam a "trabalho de correcção da TLEBS" em 2007 e 2008 (
NetProf, Clube dos Professores Portugueses na Internet, 06/01/2007) - entrevista de de Luís Capucha, Director-Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação ao jornal O Público em 06/01/2007

TLEBS: as seis evasivas
(Vasco Graça Moura, DN, 10/01/2007)

Nova terminologia linguística poderá ser discutida no Parlamento (Público, 11/01/2007)

Gramática: Polémica leva TLEBS a debate no Parlamento
(Diário Digital / Lusa, 11/01/2007)

Insânia e inconstitucionalidade (
Vasco Graça Moura, DN, 17/01/2007)

TLEBS: ME suspende manuais escolares com nova terminologia (Diário Digital / Lusa, 17/01/2007)


A língua portuguesa como questão de Estado (João Andrade Peres, FLUL, 20/01/2007) – Este texto foi publicado no caderno Actual do jornal Expresso de 20 de Janeiro de 2007, encontrando-se disponível no Ciberdúvidas, com autorização daquele semanário.

Destaques:

«a Língua Portuguesa é uma questão de Estado e existem fortes razões políticas que justificam a actuação do Governo ao mais alto nível»

«a TLEBS é cientificamente inaceitável»

«é patente que o caso TLEBS está atolado num pântano jurídico indigno de um país civilizado»

«[...] o país espera do Senhor Primeiro-Ministro que, tendo em conta as implicações de Estado aqui invocadas, dê à Senhora Ministra da Educação, com a maior urgência, o superior apoio político, com a garantia da assunção de eventuais responsabilidades perante direitos de terceiros, que seguramente será necessário para a medida que, na situação actual, já se prefigura como inevitável, isto é, a suspensão imediata e generalizada da TLEBS em todos os níveis dos Ensinos Básico e Secundário (conjuntamente com as actividades de dita «formação» e o gabinete de apoio que a secundam) e a reposição provisória da anterior Nomenclatura, até que se encontrem soluções legalmente válidas e cientificamente correctas.»

Petição contra nova terminologia linguística já recolheu mais de seis mil assinaturas (Público, 20/01/2007)

Iliteracia e outros monstros (António Guerreiro, Expresso, 20/01/2007) – texto postado no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa em 21/01/2007

Petição contra nova terminologia linguística entregue hoje no Parlamento (Público, 25/01/2007)

Nova terminologia linguística só será suspensa no próximo ano lectivo (Público, 26/01/2007)

TLEBS suspensa pelo Governo (Jornal de Notícias, 26/012/2007)


Exame de Português do 12º ano com perguntas sobre nova terminologia linguística (Público, 02/02/2007)

TLEBS suspensa —Nova terminologia retirada do ensino básico mas mantida no secundário (SIC Online, 19/ 04/2007)


Suspensão da TLEBS no Ensino Básico até 2010–2011 — Portaria 476/200, de 18 de Abril

Consulta pública da revisão da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS), (02/10/2007)

Outras notas sobre a TLEBS revista (João Andrade Peres, FLUL, 23/11/2007) – Texto publicado no caderno Actual do jornal Expresso de 24 de Novembro de 2007, encontrando-se disponível no Ciberdúvidas, com autorização daquele semanário [ver o mesmo texto em PDF]]

Destaques

«A TLEBS-2 (inspirada não importa onde) acolheu a crítica. Como? De forma absolutamente drástica, isto é, substituindo o que era mau por... nada. Como quem diz: não gostaram dos modificadores do grupo verbal, pois tiram-se, mas os circunstanciais, mesmo que rebaptizados de modificadores, nem pensar. Perante tanta obstinação e arbitrariedade – mas também clara falta de convicção –, eu pergunto-me duas coisas. Em primeiro lugar, se já alguém – de entre psicólogos do desenvolvimento cognitivo, pedagogos de português experientes, etc. – provou com fundamentos credíveis que os conceitos expressos pelos antigos complementos circunstanciais são nocivos ao desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens ou se, pelo menos, se revelam inteiramente inúteis para a parte desse desenvolvimento que envolve uma melhor compreensão das propriedades das línguas que falam e da relação destas com a realidade que os rodeia e ainda a boa produção e compreensão de textos. Se a resposta for afirmativa, eu calo-me, mas se não for – como creio que não é –, então avanço com estoutra pergunta: que direito têm um linguista X e um linguista Y de erradicarem da nomenclatura do sistema gramatical português algo que constitui um conhecimento partilhado, um adquirido comum que atravessa várias gerações, direi mesmo um património cultural da nossa forma de pensar a língua? Que direito têm, repito? E que direito tem um Governo de sancionar um acto que eu creio que não ficaria mal classificado como devastação cultural? Que haja alguém com poder de decisão que caia em si e ponha termo a esta tragicomédia.»


«Confrange-me pensar que tantos erros como os que ainda constam da TLEBS-2 – mais as lacunas, os desequilíbrios e os conceitos mal estabelecidos – poderão ser propagados por esse país além, sem que as vítimas sobre quem recairão, alunos e professores, os possam rechaçar. E nem quero imaginar o que seria o deplorável espectáculo de um país inteiro a memorizar e papaguear a imensidade de dislates de que – do mal, o menos – até agora já conseguimos ver-nos livres (por força da luta cívica publicamente empreendida, não por iniciativa do Ministério, ninguém tenha dúvidas disso). É que temos de reconhecer, com todo o realismo, que a formação que recebeu a maioria dos professores não os habilitou com uma adequada e suficiente capacidade de avaliação crítica de tudo o que está em causa (apesar de haver óbvias excepções de autodidactas que revelam um muito bom nível de informação).

      
Creio que qualquer leitor deste texto e daquele a que serve de complemento fica com a consciência clara de que os problemas não são pontuais, mas antes de concepção global do sistema gramatical e de que, consequentemente, é irrealista pensar que quem até agora produziu o que se conhece, na versão original e na revisão da TLEBS, está em condições de imprimir ao documento outra orientação. É a questão da milenar máxima evangélica de que não se deve pôr remendo novo em pano velho, porque este rasga.

      
Considerando inaceitável que se pretenda arrumar à pressa e sem a ponderação devida uma matéria tão importante como o aparelho conceptual e verbal com o qual iremos falar da nossa língua, possivelmente ao longo de um lapso grande de tempo (sei lá, se a NGP durou quarenta anos, uma nova Terminologia talvez dure pelo menos dez), não entendo a política do Ministério de querer à viva força desencantar uma terminologia inteiramente nova para verter nos futuros programas. Correndo o risco de ser impopular junto de alguns, continuo a defender que o mais avisado seria criar um documento que não mexesse nas questões mais intrincadas ou menos consensuais, mas aproveitasse tudo o que facilmente se aceita como profícuo para o ensino, nomeadamente uma grande parte do que consta da TLEBS-2. Quanto ao núcleo da gramática, que está mal tratado e para que não é fácil encontrar uma boa alternativa num curto intervalo de tempo, acho que o que se deve fazer é proceder a uma actualização minimalista da NGP de 1967, corrigindo aquilo que hoje se sabe que deve ter outro tratamento (quando se sabe, é claro, porque, como vimos com as relativas substantivas, nem todos parecem saber) e que é consensual entre a comunidade dos linguistas (que teria, obviamente de ser consultada, pois ninguém a pode representar a título nenhum). Quanto ao mais, esperar-se-ia que os Ministérios da Educação e do Ensino Superior (eventualmente com o ajuda da Fundação Gulbenkian, que tem como uma das suas linhas de força o apoio à língua portuguesa) conseguissem suscitar e financiar projectos de investigação que contemplassem as zonas menos claras da gramática do português, tendo em vista uma reforma terminológica e de conteúdos programáticos mais substancial num prazo médio razoável (tendo em conta os problemas editoriais que necessariamente têm de ser tidos em conta, talvez um intervalo de tempo idêntico ao agora obrigatório para a vigência dos manuais escolares, que não sei exactamente qual é, ou eventualmente mesmo o dobro). A meu ver, esta seria a solução da prudência e do bom senso, mas também da eficácia. Tudo o mais será um exercício da tirania do erro, que o Estado não tem o direito de impor aos cidadãos.»


The fundamental error of regarding functional notions as categorial is not quite equivalent to a general convention regarding the forms of the grammar.
The Chomskybot, 05/02/2007, 14:52


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