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União
Europeia: a maioria das vítimas de violência doméstica são mulheres Um problema sem distinção de
classes
Uma em cada cinco mulheres
foi vítima de violência doméstica pelo menos uma vez na vida, na União Europeia (UE).
Os dados revelam que 98% das vítimas são mulheres, mas apenas um em cada 20 crimes de
agressão é comunicado à polícia.
Este panorama põe a descoberto a violência no lar como um problema que atravessa todas
as classes sociais, em que 25% das agressões registadas foram cometidas por um homem
sobre a sua mulher ou companheira.
Face à incidência deste fenómeno, a Comissão Europeia reafirmou no ano passado o
princípio de que os direitos das mulheres são parte integral dos direitos humanos
universais, numa campanha de sensibilização contra a violência no lar.
As instâncias europeias despertaram para o tema da violência doméstica em 1996, quando
se constatou a prática crescente de tráfico de mulheres. Em 1997, é lançado o programa
Daphne, cujo objectivo consiste no combate à violência para com as mulheres e as
crianças. Reforçado este ano por mais quatro anos, este programa disponibilizou 20
milhões de euros (cerca de quatro milhões de contos) que permitam às organizações
não-governamentais (ONG) da UE, e de países candidatos à adesão, dar todo o apoio às
vítimas deste fenómeno.
O Parlamento Europeu (PE) tem vindo a emitir desde 1997 uma série de recomendações aos
países-membros, que visam a introdução de legislação específica que proteja as
vítimas e combate a impunidade dos agressores. Em Portugal, a Assembleia da República
(AR) aprovou no dia 6 de Abril o projecto do Partido Comunista Português (PCP) que tornou
a qualificar a violência doméstica como crime público. Este projecto abre, no entanto,
um precedente, pois permite à vítima interromper a investigação caso o deseje.

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