SIDA E ÁFRICA

No dia 30 de Abril deste ano, os EUA lançaram um plano para o combate à SIDA no continente africano, onde as taxas de transmissão e mortalidade provocadas por este vírus são consideradas "alarmantes".

Segundo dados das Nações Unidas, aproximadamente 33.4 milhões de pessoas no mundo tornaram-se seropositivas no ano passado, e mais de 22 milhões dos casos foram registados na região subsariana. Em alguns países da África Austral, ¼ da população adulta está infectada.

Na África do Sul, o ministro da Saúde, Manro Tshabalala-Msimang, calcula que seis milhões de sul-africanos serão infectados com o vírus VIH até ao ano 2005. O país foi uma das últimas nações a ter contacto com a epidemia, mas esta desenvolveu-se a um ritmo muito acelerado. Segundo o mesmo ministro, cerca de 1600 pessoas são infectadas diariamente com o vírus. No entanto, o presidente da nação, Thabo Mbeki, não usou a totalidade do 17 milhões de dólares previstos para o combate ao VIH, e recusou administrar AZT, o medicamento que reduz a taxa de transmissão vertical (mãe para filho) às mulheres grávidas.

Assim, os EUA, numa iniciativa conjunta com o Banco Mundial, pretendem lançar o que já foi chamado de "Plano Marshall anti-Sida". "Faremos tudo para que nenhum programa seja interrompido por falta de dinheiro" afirmou James Wolfenson, presidente do Banco Mundial. A campanha irá mobilizar muita mão-de-obra e investimentos que ascendem os 254 milhões de dólares. Segundo o jornal americano New York Times, ambos os partidos Republicano e Democrata "concordam que o Congresso autorize o desbloqueamento de créditos suplementares, num montante de dois mil milhões de dólares para os próximos cinco anos".

Nos chamados países desenvolvidos, os tratamentos para combater o vírus custam 3300 contos anuais, cifras que são muito altas para ser suportadas por habitantes dos países de continentes com PIB e rendimentos inferiores. Veja-se o exemplo do caso português, onde o rendimento mínimo mensal é de cerca de 60 mil escudos, ou seja 720 contos por ano.

A necessidade de tratamentos adquire um carácter de urgência, face ao aumento da propagação da Sida: em 1990 o número de infectados em todo o mundo era de 10 milhões. No final deste ano, será de 40 milhões.

                                                   SIDA E PORTUGAL