|
Violência doméstica aumenta em Portugal Em 1999, o Ano Europeu Contra
a Violência sobre as Mulheres, 3358 pessoas foram maltratadas dentro das suas próprias
casas em Portugal.
Os números da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à
Vitima) revelam um crescimento de 15 por cento em relação ao ano anterior, mas a
verdadeira realidade continua oculta pois esta é ainda uma questão considerada tabu.
Dos 4782 processos analisados pela APAV referentes a vários tipos de crime, 70 por cento
inscrevem-se como violência doméstica.
O cônjuge/companheiro é o responsável pela maioria dos casos de maus tratos 66,6
por cento do total. A ameaça/coacção representa 13,6 por cento dos processos.
As vítimas são sobretudo mulheres, seguidas das crianças, não sendo possível fazer um
retrato tipo dos agressores. Tratam-se de pessoas tidas como normais e que se mostram
bastante delicadas em público.
O presidente da APAV, Manuel António Ferreira Antunes, alertou a comissão parlamentar
para a Paridade, Igualdade de Oportunidades e Família para a necessidade de tornar eficaz
o apoio à vítima.
"Se o sistema de justiça criminal e o serviço social não tiverem a capacidade de
resposta adequada, a vítima provavelmente poderá não ter outra opção a não ser a de
regressar à relação de violência", disse.
Com gabinetes espalhados por todo o país, a APAV foi especialmente procurada em Lisboa,
onde foram tratados 38% dos processos, e em Cascais, com 19%. As delegações de Loures e
Faro foram as que receberam menos pedidos de apoio.
Perante o crescente número de casos de violência doméstica por toda a Europa, a União
Europeia tem emitido recomendações aos Estados-membros para que introduzam alterações
legislativas específicas.

|
 |