«Saí
do caos... meti-me no diabo»
Numa sala na sede da Associação de Apoio à Vítima, um
cartaz exibe uma frase que se destaca das paredes brancas: "Quem cala consente. Não
se cale." O fenómeno da violência doméstica, que constitui a maioria dos casos
tratados por aquela associação, tem vindo a alcançar maior visibilidade. Apesar da
maioria das vítimas não ir para a frente com um processo criminal, muitas procuram junto
de associações o apoio que não encontraram em mais lado nenhum. Maria tem 39 anos e
durante mais de 21 sofreu em silêncio os maus tratos infligidos pelo seu cônjuge, de 45
anos.
Violência Doméstica
aumenta em Portugal
Em
1999, o Ano Europeu Contra a Violência sobre as Mulheres, 3358 pessoas foram maltratadas
dentro das suas próprias casas em Portugal.
Os números da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vitima) revelam um crescimento de
15 por cento em relação ao ano anterior, mas a verdadeira realidade continua oculta pois
esta é ainda uma questão considerada tabu.
Um problema sem
distinção de classes
Uma em cada cinco mulheres foi
vítima de violência do marido ou companheiro pelo menos uma vez na vida, na União
Europeia (UE). Os dados revelam que 98% das vítimas de violência doméstica são
mulheres, mas apenas um em cada 20 crimes de agressão é comunicado à polícia.
Violência doméstica
deve ser crime público
Os
projectos do Partido Comunista Português (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE), apresentados
na Assembleia da República no dia 6 de Abril, defendem que a violência doméstica deve
ser considerada novamente crime público.
Entrevistas com...
Manuela Tavares, assessora de
imprensa do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), dá conta das diferenças do
projecto apresentado na Assembleia da República por este partido em relação ao do
Partido Comunista Português (PCP).
A
deputada Fátima Amaral, do Partido Comunista Português, que ocupa actualmente a
presidência da comissão parlamentar da Paridade e Igualdade de Oportunidades e Família,
explica quais as inovações constantes do projecto que o PCP apresentou na Assembleia da
República em relação à violência doméstica.
Dados
estatísticos

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