Texto nº15 |
Texto I
Não temas, Assaradão!
Eu sou Bel! (Enquanto) Falo contigo, perscruto o íntimo do teu coração.
Quando a tua mãe te deu à luz, sessenta grandes deuses estavam comigo e protegeram-te. Sin estava à tua direita, Šamaš à tua esquerda. Sessenta grandes deuses estavam à tua volta e cingiram-te os rins.
Não confies na humanidade! Levanta os teus olhos! Olha para mim! Eu sou Ištar de Arbela! Reconciliei Aššur contigo. Tu eras pequeno e eu tomei-te para mim. Não temas! Louva-me!
Qual o inimigo que te atacou, permanecendo eu em silêncio? Que o futuro seja como o passado. Eu sou Nabû, senhor do estilete. Louva-me!
Pela boca da senhora Bayâ, filho de Arbela.
Texto II
Protegido de Mullissu... da Senhora de Arbela!
Elas são poderosas entre os deuses. Amam e enviam continuamente o seu amor a Assurbanípal, criação das suas mãos. Pela sua vida, dão-lhe coração.
Vagueio pela estepe, pedindo pela tua vida. Atravesso continuamente rios e
mares, cruzo incessantemente montanhas e montanhas. Atravesso constantemente todos os rios. Secas e chuvas consomem-me insistentemente e afectam a minha bela aparência. Estou exausta, o meu corpo está extenuado por tua causa.
Decretei vida para ti na assembleia de todos os deuses. As minhas mãos são fortes, não te abandonarão diante dos deuses. Os meus ombros estão vigilantes, continuarão a transportar-te. Continuo a pedir pela tua vida com os meus lábios... a tua vida; prolongarás a vida.
Favorito de Nabû, que os teus lábios rejubilem! Continuo a pronunciar boas palavras a teu favor na assembleia de todos os deuses. Vagueio pela estepe, pedindo pela tua vida.
No meio da angústia, levantar-me-ei e matarei o teu inimigo. [...] e regressará ao seu país.
(lacuna)
Que Mullissu e a Senhora de Arbela mantenham Assurbanípal, criação das suas mãos, vivo para sempre.
(textos traduzidos em Caramelo, Francisco, A linguagem profética na Mesopotâmia (Mari e Assíria), Cascais, Patrimonia, 2002.