Sumário
A preparação de páginas Web.
LEITURAS.
A preparação
de páginas Web
A preparação de páginas Web
pressupõe a utilização de programas próprios para essa tarefa. Tal como
foi referido na nossa primeira aula, o Microsoft
Front Page é um dos programas mais utilizados actualmente, apesar de o Dream Weaver estar a ganhar
algum terreno entre os "web designers".
Uma das primeiras questões que
devemos ter presente quando da preparação de páginas Web é a necessidade de que essas
páginas não sejam demasiado complicadas. Colocar dentro de uma página
informação excessiva ou imagens que demoram muito tempo a carregar é contribuirmos para
que os nossos potenciais leitores desistam facilmente. Aliás, o que é que nós
próprios fazemos quando encontramos páginas muito lentas, porque difíceis de carregar?
Desistimos e procuramos outras...
Jakob Nielsen, em diversos
estudos que efectuou sobre a forma como as pessoas navegam na Web, chegou à conclusão de
que uma página não deve demorar mais de 10 segundos até poder ser
completamente carregada (há autores que falam em oito segundos). Passado esse tempo, os
cibernautas podem perder o interesse em ver essa página e desviam a sua atenção para
outros sítios ou outras páginas. Nesse sentido, uma página deve ter um máximo de 34 k
de informação.
Por outro lado, sabe-se agora
que os leitores na Web não estão à espera de ver grandes textos sobre um determinado
tema. Nielsen aconselha-nos a escrever metade do texto que escreveríamos para uma
publicação impressa, a fazer parágrafos com frequência, a utilizar bons
títulos, entretítulos e listas com informação.
A leitura na Web é cerca de 25
por cento mais lenta do que a leitura de um jornal, por exemplo, e os leitores fogem de
textos demasiado longos ou maçudos.Por outro lado, as pessoas estão à espera de ler
textos com informação e não apenas uma quantidade de prosa que parece ir a
lado nenhum. Por esse motivo, uma escrita simples, sem demasiados
floreados, é a melhor solução.
Segundo o estudo da Universidade de Stanford e do Poynter
Institute, que analisou a forma como as pessoas lêem jornais na Web, os
cibernautas são atraídos mais para o texto do que pelas imagens. Da
responsabilidade do Poynter Institute e da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o
estudo baseia-se na análise da forma como os olhos dos leitores se deslocam
através das páginas "on-line". Um famoso estudo semelhante foi realizado há
uma década atrás pelo mesmo instituto para conhecer a forma como as pessoas lêem as
páginas dos jornais.
Para a obtenção dos primeiros resultados, a
equipa trabalhou em três cidades dos EUA, tendo sujeitado 67 pessoas ao teste de leitura
de páginas na Web. Os cibernautas viajaram por 211 sítios e viram cerca de 6 mil
páginas. O tempo médio das sessões foi de 34 minutos, em que cada um dos sujeitos
visitou em média seis sítios diferentes. O resultado prova a facilidade com que
os cibernautas viajam de sítio para sítio, não se concentrando em nenhum em especial.
Segundo as conclusões iniciais, os investigadores conseguiram obter 608.063 fixações de
olho, ou seja, ocasiões em que os olhos estiveram parados num ponto mais do que um
décimo de segundo, o suficiente para que a informação fosse processada.
Entre as conclusões principais da análise,
ainda longe de completada, está o facto de se ter concluído que a primeira
informação procurada pelos cibernautas são os títulos, as notícias breves e as
legendas. A fixação dos olhos em fotografias acontece só em 64 por cento dos
casos e, em gráficos, apenas em 22 por cento dos casos.
Nas entrevistas conduzidas após as sessões
de leitura, os investigadores quiseram também saber quais as coisas que os cibernautas
lembravam. Nesse trabalho, também conseguiram importantes conclusões.
- Primeiro: os títulos directos são
melhores que os títulos engraçados.
- Segundo: a boa escrita jornalística
é essencial para manter os leitores na página.
- No entanto, a dificuldade de
navegação pode inibir um leitor de utilizar um sítio melhor escrito em
detrimento de um mais fácil de consultar.
*
Mas não é só com as questões de escrita
que os "web designers" se têm de preocupar. As próprias questões de
arrumação da informação são importantes, para que a leitura não seja dificultada.
Não é por acaso que muitas páginas Web
têm uma arrumação semelhante, com uma barra de navegação em cima e/ou em baixo, do
lado esquerdo e/ou do lado direito. Porquê? Porque os nossos olhos estão habituados a
percorrer as páginas na Internet da esquerda para a direita, de cima para baixo, numa
sequência de linhas paralelas, como aliás fazemos com os livros. Nos jornais é
diferente. Os nosos olhos viajam pelas páginas livremente à procura de imagens ou de
títulos que nos atraiam, já que temos a possibilidade de ver todo o espaço impresso de
uma só vez.
Nos seus primeiros estudos sobre a leitura na
Web, realizados em 1994/1995, Jakob Nielsen concluiu que apenas 10 por cento das
pessoas faziam "scrolling" vertical das páginas, para ver mais além
do que o ecrã mostrava num primeiro carregamento. Era nesse espaço que as pessoas
procuravam a informação que pretendiam e, mesmo as que iam mais além, nunca liam
páginas com muitos ecrãs de texto seguidos.
Apesar de a relutância em fazer
"scrolling" estar a diminuir, não há dúvida que as páginas não devem ser
excessivamente longas, sob pena de as pessoas não terem paciência para chegar ao fim.
Por outro lado, as páginas não devem nunca ultrapassar uma determinada largura, de forma
a evitar a mais irritante das actividades para quem lê na Web: o "scrolling"
horizontal.
Sabendo que a maioria dos monitores estão
configurados para 800x600 pixels, devemos ter em atenção que as nossas
páginas não devem ultrapassar os 750 pixels de largura, para evitar o
"scrolling" horizontal. Muitos "sites" Web, sabendo que muitos
monitores têm ainda resolução de 640x480, preferem que as suas páginas não tenham
mais de 600 pixels de largura.
Outra questão importante a ter em conta são
as cores que utilizamos na construção das nossas páginas Web. Há 216 cores que são
"browser-safe", isto é, que são entendidas pelos diversos tipos de monitores e
por computadores que correm sistemas operativos diferentes como idênticas. São essas que devemos utiilizar sempre.
As cores são também um bom indicador sobre
o tipo de páginas que estamos a construir. As cores sóbrias querem dizer algo diferente
das cores mais alegres. O preto e branco é diferente do amarelo e do vermelho-vivo. Como
explica Molly E.
Holzschlag, as três cores na coluna da direita são muto diferentes das cores da
coluna da esquerda e "sites" construídos com estes conjuntos de cores
transmitem mensagens diferentes a qualquer leitor que os consulta pela primeira vez.
Sempre que tratamos imagens para inclusão em páginas Web devemos
preocupar-nos em gravá-las nos formatos mais leves, ou seja, nos
formatos que ocupam menos espaço. Esses formatos são o .jpg ou o .gif,
sendo este último preferível, apesar de a imagem perder alguma definição e qualidade.
As fontes a utilizar nas
nossas páginas podem ser serifadas ou não-serifadas, mas devem ser o mais
simples possível, para facilitar a leitura. Elas devem também contrastar com o
fundo onde estão inseridas, também por motivos de legibilidade.
Exercício
- Pegue na informação inserida nesta página e
desenhe uma página completamente diferente desta. O resultado é melhor ou pior?
Porquê?
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